Mulheres extraordinárias e seu legado em grandes corporações

Ao longo dos anos se tem conhecimento de um bom número de mulheres que marcaram a história da tecnologia. Elas têm ocupado (e ocupam) um papel vital nos avanços tecnológicos e computacionais. Grandes figuras devem ser sempre celebradas. Por ocasião do Dia Internacional da Mulher (8 de março), selecionamos algumas mulheres que tiveram um papel fundamental na história da tecnologia e outras que estão construindo seu legado em empresas de renome mundial. Que seus exemplos sirvam de inspiração a todas que desejam trabalhar nesta área: sigam seus sonhos e não deixem que preconceitos as impeçam de realizá-los.

Ada Lovelace

Sem Augusta Ada King, a Condessa de Lovelace, a história da computação não teria sido a mesma. Nascida no começo do século XIX, ela é considerada a primeira programadora da história e uma das precursoras da ciência da computação.

Ada, que era matemática, escreveu o primeiro algoritmo a ser processado por uma máquina – a máquina analítica de Charles Babbage. Sua colaboração com este projeto entrou para a história. Há inclusive um prêmio da Sociedade Britânica de Computação que leva seu nome.

As “Garotas do ENIAC”

Marlyn Wescoff, Fran Bilas, Kay McNulty, Betty Snyder (que infelizmente não aparece na foto), Ruth Lichterman e Adele Goldstine exerciam atividades fundamentais no funcionamento do ENIAC (Electronic Numerical Integrator and Computer), o primeiro computador eletrônico digital em grande escala.

Naquela época (década de 1940) os computadores dependiam muito de aparatos mecânicos para funcionar corretamente. No caso do ENIAC, com suas 80 toneladas, a operação era especialmente desafiadora, e as “garotas do ENIAC” (como ficaram conhecidas as citadas acima) tinham que lidar diariamente com mais de três mil botões e interruptores.

Além de realizar as operações de rotina, elas tiveram outras contribuições, escrevendo o primeiro manual do ENIAC, colaborando em sistemas de “salvamento” de preferências e configurações e inventando o teclado numérico para facilitar a programação.

Irmã Mary Kenneth Keller

Keller é considerada a primeira mulher da história a terminar um doutorado em ciências da computação, em 1965. Antes disso, porém, ela já trabalhava na área, em oficinas de informática.

Desde cedo a Irmã Keller via o potencial educacional dos computadores, e contribuiu de maneira decisiva para a criação da linguagem de programação BASIC – criada com fins didáticos. Fundou um departamento de ciências da computação na Universidade Clarke (Iowa, Estados Unidos) e o dirigiu até seu falecimento, em 1985.

Também foi uma das primeiras a incentivar a inclusão de mulheres no ramo da informática.

Jean Sammet

Sammet criou uma das primeiras linguagens de computação: a FORMAC, no final dos anos 1960, que foi adotada pela IBM – onde Sammet trabalharia por 27 anos. A FORMAC era usada para manipular fórmulas matemáticas e realizar cálculos complexos, e influenciou as linguagens que vieram depois.

Foi, ainda, uma voz influente na criação da COBOL, uma linguagem de programação voltada ao processamento de bancos de dados comerciais. Da mesma forma que a Irmã Keller, Sammet foi uma voz importante na inclusão de mulheres na indústria de tecnologia e no uso educacional de computadores. Ela presidiu a ACM (Associação para Maquinaria de Computação, na sigla em inglês), uma entidade focada no uso de informática em projetos educacionais e científicos.

Grace Hopper

Duplamente pioneira, Hopper foi a primeira mulher a receber um PhD em matemática na Universidade de Yale, uma das mais prestigiadas do mundo; e também foi a primeira almirante da marinha dos Estados Unidos. De maneira mais direta que Sammer, foi uma das criadoras da COBOL.

Hopper também é especialmente conhecida como protagonista de uma história curiosa: certa vez, um computador na entidade em que ela trabalhava estava apresentando problemas de processamento; ao examinar o hardware, ela encontrou um inseto e, ao retirá-lo, resolveu a situação. Acredita-se que é daí que veio o uso do termo “bug” (“inseto”, em inglês) como problema de programação.

Ela também criou linguagens para o UNIVAC, o primeiro computador comercial fabricado no país. Sua frase: “é mais fácil pedir perdão do que permissão”, é usada até hoje como inspiração para mulheres que buscam mais representatividade em áreas “dominadas por homens”.

Karen Sparck Jones

O trabalho de Jones, focado em processamento de linguagem, ajudou a criar as bases de sistemas de busca como o Google. Ela foi uma das criadoras do conceito de “inverso da frequência em documentos”, um sistema que busca os termos mais frequentes em documento e aplica filtros para analisar sua relevância no texto.

Embora o algoritmo do Google passe por constantes alterações, a ideia de encontrar páginas “mais relevantes” para o usuário continua presente e deve muito ao trabalho de Jones.

A programadora atuou por quase 30 anos no laboratório de computação da Universidade de Cambridge (Inglaterra) e mesmo após se aposentar continuou ajudando a promover a inclusão de mulheres no ramo da tecnologia.

Carol Shaw

Considerada a primeira mulher a trabalhar na indústria dos videogames, Carol Shaw foi uma das funcionárias originais da Atari. No entanto, não passou muito tempo nesta empresa, sendo logo contratada por outra, a Activision. Lá, participou do desenvolvimento do clássico River Raid, que, como veremos, fez uso de uma tecnologia pioneira.

River Raid contava com um sistema de geração aleatória de fases, e isso só foi possível graças ao trabalho de Shaw, que desenvolveu o sistema. Na época, trabalhou com uma máquina que tinha meros 128 bytes de memória RAM!

3D Tic Tac Toe, Super Breakout e Happy Trails também fazem parte de seu currículo.

Radia Perlman

Esta engenheira de redes foi responsável pela criação do protocolo STP (Spanning Tree Protocol), essencial para o desenvolvimento da internet como a conhecemos hoje. Com o STP, sistemas conectados podem se comunicar mais facilmente, pois os dados conseguem “buscar” as melhores conexões disponíveis, sem entrar em loop quando há algum problema.

Perlman é uma das criadoras da linguagem de programação TORTIS, com fins educativos. Também foi responsável por desenvolver uma série de protocolos de segurança de rede e é dona de mais de 50 patentes ligadas a tecnologias de conexão. Não é à toa que muitos a consideram a “mãe da Internet”.

Susan Wojcicki

Exemplo de equilíbrio entre vida profissional e familiar, Susan Wojcicki é a atual CEO do YouTube e mãe de cinco filhos. Segundo a prestigiada revista Forbes, é também a 12ª mulher mais poderosa do mundo.

Ao ceder espaço em sua garagem para Larry Page e Sergey Brin, Susan acompanhou o “nascimento” do Google. Tornou-se gerente de marketing da empresa em 1999 e ajudou a desenvolver ferramentas como o Google Books e o Google Imagens.

Ursula Burns

Ursula é a primeira mulher afro-americana a liderar uma grande corporação nos EUA – é CEO da Xerox. Começou como estagiária, em 1980, e construiu sua carreira até chegar ao topo da empresa, sendo a sucessora de Anne Mulcahy, outra mulher de destaque no mundo da tecnologia.

Além de ocupar o posto de CEO da Xerox, Ursula também é diretora do conselho da American Express Corporation e Exxon Mobil Corporation. Também foi presidente do Conselho de Exportação do ex-presidente Barack Obama.

Naturalmente, há incontáveis mulheres que mereciam estar nesta lista. Famosas ou não, elas ajudam a construir este fantástico mundo da Tecnologia. Fica aqui esta homenagem da Prime Control a todas!

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